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9.3.09

Adolescentes: o que fazer com eles?

Postado por Giulliana Goiana |

A educação de adolescentes seja na escola, no lar ou na igreja, envolve dificuldades extremamente desafiadoras. O mundo lhes oferece um conjunto de opções perigosas, que se mostram mais atrativas quando associadas à curiosidade e ímpeto característicos da juventude. Além disso, o perfil do jovem tem sofrido grandes mudanças, especialmente nos últimos dez anos. A juventude de hoje é mais informada, mais ativa, exposta a uma série de estímulos que aceleram o pensamento, dificultam a concentração e parecem fomentar uma constante insatisfação.

O modelo tradicional de trabalho com adolescentes na igreja, baseado em eventos, reuniões regulares e atividades recreativas, tem se mostrado muitas vezes ineficaz em mantê-los no Caminho. É muito comum ver adolescentes e jovens se afastarem dele para retornarem apenas depois de adultos. Além disso, em alguns casos, lhes é imposta uma gama de proibições que, na maioria das vezes, não promovem o efeito esperado. Geralmente acabam não contribuindo para o seu amadurecimento, gerando neles a sensação de cerco e frustração, sentimentos altamente eficazes para aguçar a curiosidade e despertar o desejo por aquilo que é proibido.

Para a construção de um modelo mais eficaz é necessário voltar aos princípios bíblicos da liberdade. Liberdade esta que os permite ter critérios para “julgar todas as coisas e reter o que é bom” e a serem guiados pelo Espírito enquanto fazem suas escolhas com alegria. A carga de proibições, que muitas vezes é imposta aos jovens cristãos pela igreja ou pela família, a fim de isolá-los do mundo, em geral não passa de um esforço bem intencionado. Essa prática, além de pouco eficaz é incoerente com princípios bíblicos. Pois como escreveu o apóstolo Paulo aos Colossenses:

“Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, porque, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e falsa humildade, e rigor ascético; todavia não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2:16,17,20-23).

Contribuir para o desenvolvimento e amadurecimento do adolescente cristão requer mais do que a promoção de eventos e reuniões recreativas. É preciso despertar nele a alegria e o amor pelo serviço. O ideal de Deus para a juventude não é o isolamento, mas o envolvimento. É necessário envolvê-lo em ações de impacto social. É preciso aproximá-lo do sofrimento alheio, dar-lhe a oportunidade de sentir-se útil na luta por um ideal e capaz de transformar a realidade à sua volta.

O contexto social atual lhe propõe um estilo de vida consumista, individualista e alienante. É preciso apresentar-lhe uma nova proposta, que desperte nele a cidadania, a responsabilidade social e o compromisso com a ética cristã. Isso só é obtido quando lhe é oferecida a oportunidade de envolver-se com problemas que não se limitem apenas à sua realidade pessoal, à sua individualidade. É necessário fazer com que ele enxergue e se envolva com problemas da coletividade.
Um jovem envolvido em ações de recuperação de viciados e no combate à violência dificilmente se deixará envolver pelas drogas ou pelo crime. Um jovem envolvido no combate à injustiça social dificilmente se deixará envolver por ideais nulos. Não porque lhe foi proibido, mas porque tem condições de fazer uma escolha coerente.

Enquanto insistirmos na preservação de um modelo educacional restritivo, cada vez mais nos frustraremos com os resultados e com o comportamento dos nossos jovens e adolescentes. É muito comum, e até mesmo compreensível, que muitas igrejas, famílias e escolas ainda apresentem resistência a mudanças dessa natureza, pois elas representam na realidade a substituição de um paradigma. Mesmo assim podemos ter esperança, pois aos poucos essas mudanças vão encontrando o seu espaço. Recentemente eu mesma tive a oportunidade de conhecer uma maravilhosa iniciativa nesse sentido. Parabenizo o projeto Plano B (
WWW.planoblog.blogspot.com), da Igreja Presbiteriana de Candeias em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. O trabalho consegue não apenas ser atrativo, mas envolvente e relevante, e o lema “escolha sob um novo plano” não poderia ser mais adequado.

Que iniciativas como essa se multipliquem para que o coração dos nossos adolescentes inflame-se com o sincero desejo de “ao mestre serem fiéis, nas trevas serem luz, nas lutas serem fortes, servindo ao Senhor Jesus” (paráfrase do moto da UPA – União Presbiteriana de Adolescentes).

29.1.09

O primeiro post

Postado por Giulliana Goiana |

Este é o meu primeiro post neste blog. Foi escolhido com carinho. Se não parece nada especial para o leitor, me perdoe. Mas pensei, se o blog é meu, devo publicar algo que pareça especial para mim. Decidi então apresentar-lhe minha filha Sofia. Ela está com 9 meses de idade. Seu nome significa sabedoria, conhecimento.

Minha filha tem me ensinado muito. Tenho aprendido mais com ela do que ela comigo. A maternidade tem dessas coisas. Quando sonhamos com ela, nos preocupamos com quanto temos a ensinar, mas ao vivê-la, com quanto temos a aprender. E entre tantas lições posso destacar uma especial. Com Sofia tenho aprendido a contemplar, a observar as coisas e pessoas sob a perspectiva de um aprendiz, e assim, redescobrir o mundo à minha volta.

Sofia ama aprender. Posso perceber a alegria que sente ao descobrir algo novo. Vejo como ela se alegra com coisas aparentemente simples ou pequenas. Então me lembro de que não é preciso muito para ser feliz. Basta saber enxergar a beleza e o valor do mundo que nos cerca, dos momentos que vivemos e das pessoas que amamos.

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